Os tempos que nos tocam viver parecem tirar às virtudes humanas todas as
conveniências. Mais do que uma crise ética, sofremos uma crise de valores: com
efeito, alguém pode atuar eticamente em sua profissão (cobrando o justo,
evitando a propina, sem falsear dados, cumprindo o horário, honrando os
contratos) e carecer de valores (chegar em casa tarde, desatender aos familiares
e amigos, etc.).
O contraste evidencia-se sobremaneira nos âmbitos
inflados por valores menores (por exemplo, o antitabagismo transformou o fumo
praticamente em pecado mortal) ou, pelo contrário, nos campos rarefeitos pela
perda total dos mesmos valores (por exemplo, tolerância com a maconha porque não
se vê mal na evasão mental).
Ora, um bom modo de recuperar as virtudes é
o resgate dos valores que as motivam. A perda dos condicionantes sociais que
facilitavam a prática das virtudes apresenta-se-nos como uma grande oportunidade
de praticá-las não por conveniência, mas por convicção.
Uma das virtudes que mais se vê desamparada hoje é a castidade. Perdeu sua razão de ser. Antes, servia aos egoístas e mesquinhos como método profilático contra a gravidez. Ela garantia aos preocupados com a própria fama um verniz de honradez. Agora que ninguém se envergonha de mais nada e publica suas indecências para todos lerem; agora, que está ao alcance da mão uma profilaxia mais cômoda feita à base de pílulas e borrachas flavorizadas; agora... para que ainda serve a castidade?
Uma das virtudes que mais se vê desamparada hoje é a castidade. Perdeu sua razão de ser. Antes, servia aos egoístas e mesquinhos como método profilático contra a gravidez. Ela garantia aos preocupados com a própria fama um verniz de honradez. Agora que ninguém se envergonha de mais nada e publica suas indecências para todos lerem; agora, que está ao alcance da mão uma profilaxia mais cômoda feita à base de pílulas e borrachas flavorizadas; agora... para que ainda serve a castidade?
Dentro de pouco tempo, pela primeira vez uma grande massa de órfãos de pais vivo chegará à maturidade. O mais provável é que repliquem o modelo aprendido dos genitores: não o modelo de família, que não conheceram e lhes é apresentado como demodée, mas o modelo da “produção independente”, do “casar de penalty”, dos “acidentes de percurso”, dos preservativos ditos 100% seguros mas que furam numa certa porcentagem de casos…
Família se faz com virtudes, não com filhos por aí. Família tem vontade própria e comum, não a vontade egoísta e independente de cada um que vai para o seu canto quando a satisfação começa a minguar.
Por tudo isso, acho que a salvação da castidade virá pelo resgate dos valores familiares. Estará ao alcance da mão desprezá-la, será um sonho de consumo vivê-la. A orfandade do lar será sentida de forma lancinante pelas próximas gerações e recomendará esta virtude como o verdadeiro elixir do amor.
Com uma vantagem: a castidade não tem preço, não é preciso pagar por ela, não está à venda em farmácias nem sexshops.
Lembre-se: você pode começar agora.
Fonte: http://www.narajr.net/2010/11/orfaos-de-lar-estranhos-de-casa.html
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